Você já parou pra pensar para onde foi aquela sacolinha plástica que  deixou escapar e saiu voando por aí? A jornalista Liana John, do Planeta  Sustentável, acompanhou o cientista americano Marcus Eriksen, do  projeto 5 Gyres, e descobriu que sua sacolinha ou copinho plástico que  acabaram escapulindo podem ter parado bem mais longe que você imagina!
Publicada na edição de abril da revista National Geographic, a  repórter conta na matéria o que observou a bordo do veleiro Sea Dragon,  em uma de suas expedições. A mais de mil quilômetros de distância de  qualquer ilha ou continente, no meio do Atlântico Sul, Eriksen deslizou  um coletor por uma hora na superfície do mar. Adivinha o que ele  encontrou? Uma coleção de fragmentos plásticos! O plástico pode se  fragmentar e até parecer que foi decomposto, mas não é isso que  acontece. A sacola plástica, por exemplo, pode levar de 100 a 400 anos  para se degradar – fragmentado fica apenas mais difícil percebermos todo  o plástico que está por aí.
Quando descartadas de forma incorreta, as sacolas plásticas podem  entupir bueiros, agravando situações de desastres, como alagamentos e  enchentes. A maioria desses resíduos plásticos são arrastados das  cidades pelo curso dos rios e muitos alcançam o mar. Não chegam a formar  ilhas flutuantes, mas constituem uma fina camada de fragmentos que está  presente em todo o planeta: os resultados foram os mesmos pelos maiores  giros oceânicos do mundo. A única coisa que se alterava era a densidade  das camadas dos fragmentos. Em todas as vezes em que o coletor foi  recolhido na expedição acompanhada pelo Planeta Sustentável, encontraram  plástico!
Esse lixo é mais perigoso do que parece. Enquanto viaja por aí, entra  em contato com poluentes orgânicos persistentes (POPs – uma categoria  de contaminantes de longa duração no ambiente – caso do pesticida DDT e  das dioxinas) que se grudam aos fragmentos de plástico. Os animais que  confundem esses fragmentos com alimento além de não conseguirem digerir o  plástico ainda sofrerão com as consequências da contaminação pelos POPs  que se fixaram ao plástico. Em todo o mundo morrem mais de 100 mil  animais por esse motivo anualmente.
Eriksen diz que “A grande maioria dos resíduos sai de cidades e lixões em terra. São despejados diretamente nos rios ou carregados pelas enxurradas até terminar no mar”.
Eriksen diz que “A grande maioria dos resíduos sai de cidades e lixões em terra. São despejados diretamente nos rios ou carregados pelas enxurradas até terminar no mar”.
Precisamos entender que o lixo que produzimos, se não for  corretamente depositado ou encaminhado para a reciclagem, pode ter  impactos extensos e em todo o globo. O consumidor consciente sabe que  suas escolhas de consumo – como recusar uma sacola plástica na farmácia  –  contribui para mudar este cenário.
Para entender melhor “a viagem do lixo”, abaixo está o infográfico que ilustra a reportagem:
Para acessar o infográfico diretamente e obter mais detalhes, clique aqui.
*Texto baseado na matéria “Mar plastificado”, por Liana John , da National Geographic Brasil, edição de abril de 2011. 
Matéria Mar plastificado: clique aqui
Fonte: Saco é um Saco 
 


 
 







